FPMRAH e ANAJURE se manifestam sobre caso de assassinato de sobrevivente do Holocausto na França

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A Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária e a ANAJURE – Associação Nacional de Juristas Evangélicos, por seus respectivos representantes, vem, através do presente expediente, expor ao Governo Brasileiro, à Comunidade Internacional e, sobretudo, ao governo e à população civil da França, bem como à comunidade judaica ao redor do mundo, as suas condolências e o seu repúdio com relação ao que adiante se explicita:

  1. De acordo com fontes internacionais, na última sexta-feira (23/03), uma senhora judia de 85 anos, sobrevivente do Holocausto, foi assassinada em Paris. Mireille Knoll foi encontrada morta em seu apartamento com marcas de esfaqueamento e queimaduras pelo corpo[1].
  2. Dois suspeitos foram presos e acredita-se que o crime tenha sido cometido por motivos anti-semitas. Um dos suspeitos é um dos vizinhos da vítima, que segundo a filha de Knoll, é muçulmano, mas matinha relações cordiais com a senhora[2].
  3. O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou-se sobre o assassinato no Twitter e afirmou estar comprometido com o combate ao anti-semitismo não apenas na França, mas em toda a Europa. Vale ressaltar que os casos de anti-semitismo no país têm aumentado desde os atentados terroristas de 2015, quando homens ligados ao Estado Islâmico atacaram um mercado Kosher[3].


Diante disso, lamentamos profundamente o fato de que, mesmo após 70 anos dos eventos trágicos do Holocausto, os judeus ainda sejam vítimas do anti-semitismo na Europa. Um fato inaceitável, sobretudo na França, com sua longa tradição de luta pelos Direitos Humanos.
Assim, nos solidarizamos com a família da vítima e com toda a comunidade judaica, não apenas na França, mas em todo o mundo. Pedimos também ao governo francês que continue as investigações acerca desse crime bárbaro e que puna os seus autores.
Por fim, pedimos ao governo brasileiro que, por meio do Ministério das Relações Exteriores, manifeste-se sobre o caso. Mireille Knoll, assim como muitos outros judeus, só foram capazes de sobreviver aos horrores do Holocausto pelo fato de possuírem um passaporte brasileiro. Ainda hoje, o Brasil é um local seguro de refúgio não apenas para os judeus, mas para diversas vítimas de intolerância étnica e religiosa. Dessa forma, é imperativo que se manifeste frente à comunidade internacional acerca do ocorrido.
 
Brasília- DF– Brasil, 27 de março de 2018.
 
Deputado Federal Leonardo Quintão
Presidente
Frente Parlamentar Mista para Refugiados e Ajuda Humanitária
Dr. Uziel Santana dos Santos
Presidente
Associação Nacional de Juristas Evangélicos –(ANAJURE)
 

[1] THE NEW YORK TIMES. She Survived the Holocaust, to Die in a 2018 Hate Crime. Disponível em: https://mobile.nytimes.com/2018/03/26/world/europe/france-holocaust-survivor-murder.html?smid=fb-nytimes&smtyp=cur&referer=http%3A%2F%2Fm.facebook.com. Acesso em 27 de março de 2018.

[2] O POVO. França prende dois por morte de sobrevivente do Holocausto. Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/mundo/dw/2018/03/franca-prende-dois-por-morte-de-sobrevivente-do-holocausto.html. Acesso em 27 de março de 2018.

[3] THE LOCAL FR. Paris: Two charged with anti-Semitic murder of 85-year-old Holocaust survivor. Disponível em: https://www.thelocal.fr/20180326/paris-anti-semitism-fears-over-brutal-murder-of-85-year-old-holocaust-survivor.

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