IRAQUE – O voto sobre independência curda é preocupante para Cristãos

VotosCurdos iraquianos foram hoje (25 de Setembro) às urnas para votar sobre se tornar um novo estado independente do Iraque. Segundo a Rádio Free Europe Radio Libery (RFERL), a vasta maioria votará “sim” para a pergunta na cédula de votação: “Você quer que o Curdistão e as áreas fora da sua administração se tornem livres do estado?”. O resultado sai amanhã (26).

Há, no entanto, questões complexas em torno da votação. Existe uma oposição quase unânime ao plebiscito no Oriente Médio, particularmente de Bagdá. Mas o presidente regional curdo iraquiano, Masud Barzani, disse que teve que prosseguir, porque os curdos já adiaram um outro em 2014 para lidar com a ameaça do Estado islâmico, “uma vitória na qual os curdos desempenharam um papel importante”, afirmou o RFERL

Um outro dilema que está na cédula de votação é sobre “áreas fora da administração da região”, ou seja, as províncias fronteiriças em disputa de Nineveh, Kirkuk e Diyala, das quais as forças curdas assumiram o controle durante a luta contra o ISIS. Kirkuk é rico em petróleo e é uma grande fonte de renda para quem controla; atualmente não há soldados iraquianos naquela província.

Os cristãos da área estão divididos na votação, mas alguns dizem que o plebiscito  pode desencadear outra guerra civil, disse uma fonte ao World Watch Monitor. O Conselho Popular Assírio dos Syrazes Caldeus, que detém dois dos cinco lugares reservados aos cristãos no parlamento curdo, está em direção a um “sim”, enquanto o Movimento Democrático Assírio (ADM), que detém os outros três lugares, dirá “não” porque não concorda que o Nineveh Plains deve ser incluído na votação. O ADM acredita que essa região trará conflito aos cristãos que vivem lá. “As planícies de Nineveh são uma área disputada porque várias minorias vivem lá, incluindo Yazidis e outros. Assim, no caso de uma guerra civil, isso pode se tornar uma das áreas mais afetadas. O governo iraquiano tem sido feroz em suas ameaças contra este plebiscito, e também houve [objeções de] países vizinhos”, disse a fonte.

Há outras preocupações para os cristãos. Embora os líderes curdos tenham dito que aceitam a diversidade étnica e religiosa, o Curdistão “limita tanto sua capacidade de se expressar politicamente, porque muitos cristãos evitam os partidos políticos curdos dominantes, quanto também prejudicam as perspectivas de emprego”, diz o ex-oficial do Pentágono, Michael Rubin, escrevendo para o Washington Examiner.

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Fonte: World Watch Monitor
Por: Redação l ANAJURE

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