INDONÉSIA – Ex-governador cristão preso por blasfêmia pode ter sido vítima de campanha do Exército Cibernético Muçulmano contra o governo

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[Foto: “Prendam o blasfemador agora” Reuters]
A polícia da Indonésia descobriu uma operação clandestina de “notícias falsas” destinadas a desequilibrar o governo e degradar o processo político, especialmente em Jacarta, segundo o jornal britânico The Guardiam. Nas últimas semanas, as autoridades locais fizeram uma série de prisões em todo o país; os acusados são ligados a uma rede jihadista conhecida como Exército Cibernético Muçulmano (MCA).
Damar Juniarto, da Rede de Liberdade de Expressão do Sudeste Asiático, informou que o MCA se relacionou com grupos e redes com links para partidos de oposição, militares e uma organização de islamistas influentes. Segundo o World Watch Monitor, a polícia não divulgou a identidade de quem financia o MCA.
Shafiq Pontoh, estrategista digital da empresa de consultoria de dados Provitic, falou que “a primeira vítima no ecossistema (digital) poluído foi a eleição do governador Ahok”,  concluindo que a polêmica acusação de blasfêmia contra o mesmo “foi por causa de notícias falsas, bots, campanhas negras, preconceito e racismo”. Bot é um softwere que realiza tarefas simples e repetitivas, usado muitas vezes com fins maléficos, como para disseminar conteúdos falsos em plataformas ou redes sociais.
O The Guardiam informou ainda que um grupo de bots na Indonésia Twitterphere, usado para publicar materiais anti-Ahok em 2017, parou de tweetar dois dias após os fins das eleições governamentais do país. Savic Ali, diretor online do maior grupo islâmico da Indonésia, Nahdlatul Ulama, disse que o Exército Cibernético Muçulmano não ensina sobre os verdadeiros valores do Islão, mas “sobre o poder”.
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[Foto: Ahok em seu julgamento / Reuters]
Ahok, político cristão de ascendência chinesa, foi condenado a dois anos de prisão em maio do ano passado enquanto fazia campanha para sua reeleição, após uma sucessão de protestos organizados por grupos muçulmanos conservadores. Sua condenação foi sentenciada com base em um vídeo onde ele argumentava contra o uso do Alcorão para fins políticos – comentários pelos quais o mesmo foi condenado a ter cometido blasfêmia -. Seis meses depois, Buni Yani, professor de comunicação de Jacarta, foi considerado culpado de adulterar o vídeo responsável por transformar a opinião pública acerca de Ahok.
Agung Abdullah, um porta voz da Suprema Corte da Indonésia, informou ao Jakarta Post na semana passada que a revisão do caso de Ahok pode ser rastreada e ter seu processo acelerado pelo tribunal, “poque o caso recebe ampla atenção pública”. Jootje Sampaleng, chefe das relações públicas do Tribunal Distrital de North Jakarta, confirmou que os documentos da audiência de Ahok foram assinados e enviados ao Supremo Tribunal em 26 de fevereiro deste ano.
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Por: Redação l ANAJURE
Com informações de: WWM

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