INDONÉSIA – Ex-governador cristão apela ao Supremo Tribunal contra acusação de blasfêmia

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[O ex-governador de Jacarta, ‘Ahok’, apelou contra sua pena de prisão. (Foto: Open Doors International)]
O ex-governador cristão de Jacarta, Busuki Tjahaja Purnama, conhecido como Ahok, apelou ao Supremo Tribunal da Indonésia acerca da acusação de blasfêmia cometida contra o islã. Ele foi preso em maio de 2017 e condenado a dois anos de prisão após ser acusado de desrespeitar o alcorão depois de ter citado o livro sagrado do muçulmanos em um vídeo na campanha de 2016, quando criticou o uso do mesmo para fins políticos. Com isso, estima-se que cerca de 500 mil muçulmanos saíram as ruas em protesto. [Leia mais]
Inicialmente, o ex-governador retirou o pedido de apelação porque estava preocupado com os resultados a longo prazo. De acordo com o World Watch Monitor (WWM),  uma das razões dadas por  Paul Marshall, professor de liberdade religiosa na Baylor University e pesquisador sênior do Instituto Leimena em Jacarta, seria a possibilidade de uma sentença aumentada em represália ao apelo [Leia mais].
No entanto, um porta-voz do tribunal disse no dia 20 de fevereiro que recebeu um pedido de revisão do caso. I Wayan Sudirta, um dos advogados envolvidos, afirmou que sua equipe jurídica está considerando arquivar uma revisão há muitos meses, especialmente depois que o tribunal  encontrou uma figura-chave por trás do encarceramento de Ahok, em novembro.
Um homem chamado Buni Yani admitiu ter manipulado um vídeo em que o então governador foi mostrado advertindo os eleitores contra pessoas que usavam versos do Alcorão para benefícios políticos. O vídeo editado foi viral e desencadeou protestos e manifestações, transformando a opinião pública contra Ahok. De acordo com o jornal local “The Jakart Post”, o juiz presidente M. Saptono disse que Buni foi provado como culpado de violar o artigo 32 da Lei de Informações e Transações Eletrônicas, ou lei cibernética, de 2011.
Segundo informações da WWM, os promotores no caso contra Yani esperavam apresentar Ahok como uma testemunha contra ele, mas um dos advogados do ex-governador, Rolas Sitinjak, disse que as autoridades da prisão impediram isso, afirmando que estava longe demais do julgamento e que ele estava com pouca saúde. Os advogados achavam que a sentença de Yani mostrava que Ahok não deveria ter sido preso.
A irmã e advogada de Ahok, Josefina A. Suykur, enviou a petição ao tribunal em 2 de fevereiro, de acordo com The Jakarta Post, e o  caso está programado para ser ouvido nesta segunda-feira (26 de fevereiro), com uma segunda audiência na semana seguinte pelo Tribunal Distrital de North Jakarta, que encaminhará o processo para o Supremo Tribunal. O advogado I Wayan Sudirta disse a um jornal australiano: “Ahok acredita que ele é inocente e vai lutar por isso”.
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Fontes: World Watch Monitor e The Jakart Post
Por: Redação l ANAJURE

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