Em entrevista exclusiva à ANAJURE, Dr. Jeffery Ventrella fala sobre a polêmica envolvendo a Associação Americana de Psicologia, após nova conceituação da pedofilia como ‘orientação sexual’.

Doutor em Direito pela Universidade da Califórnia, Jeffery Ventrella é Vice- Presidente e Conselheiro Sênior do programa de treinamento estudantil Blackstone Legal Fellowship da Alliance Defending Freedom (ADF/ USA).

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A polêmica teve início com a publicação do manual DSM-5, lançado pela Associação Americana de Psicologia – APAem maio deste ano, com destaque nacional apenas no último mês de setembro, após a publicação de um artigo criticando o novo termo utilizado (a crítica foi publicada no site Neon Tommy da News Digital Annenberg da Universidade do Sul da Califórnia).

Após enfrentar uma reação nacional dos conservadores americanos, a Associação Americana de Psicologia (APA) enviou uma nota para a mídia nacional informando que o uso do termo “orientação sexual”, referindo-se à pedofilia, utilizado no texto do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) foi um erro, e informaram que este termo se referia à pedofilia. Porém, grande parte da sociedade se posicionou contra, considerando o fato apenas um passo para normalizar o comportamento pedófilo.

Em resposta, a APA defendeu que a pressão indesejada que recebeu de cristãos e conservadores serviu para preparar um manual mais exato, e que a intenção da associação não era que este termo fosse interpretado no sentido legal, como status de proteção na legislação para os criminosos, mas fosse enquadrado em termos médicos, separando o indivíduo que sente o desejo “sem o ato” daquele que pratica o abuso em crianças. Segundo informações transmitidas pela APA à mídia, o termo correto seria “interesse sexual”. A APA garantiu que o uso do termo será rapidamente corrigido na versão eletrônica, como também nas próximas edições.

Em entrevista à ANAJURE, o Dr. Jeffery Ventrella (Doutor em Direito pela Universidade da Califórnia), afirma que se a pedofilia fosse classificada como orientação sexual, essa medida poderia fermentar a cultura de maior aceitação a abominações e poderia colocar estas pessoas como vítimas.

 

Abaixo, a entrevista com o Dr. Jeffery Ventrella pode ser acompanhada na íntegra.

 

ANAJURE – A Associação Americana de Psicologia considerou pedofilia como uma orientação sexual e não uma doença. Quais são as consequências dessa decisão para a sociedade?

Jeffery Ventrella – A Psicologia moderna tem identificado muitas das chamadas orientações sexuais, e este passo pavimenta o caminho para o “reconhecimento” de orientações ainda mais bizarras ou depravadas como sendo “normais”. Isto também implica que um universo materialístico existe, isto é, que um “é” pode ser considerado moral simplesmente porque é. Isto converte um “é” em um “deve”.

A – O que seria modificado em leis americanas com esse novo conceito?

JF – Primeiro iria se procurar descriminalizar tal comportamento. Atualmente, esta mudança da APA não faz nada para diminuir a proibição disto e, portanto, não se “traduz” em uma mudança de política particular ou lei criminal. Entretanto, “normalizando” a noção de fantasias “que atraem minorias”, isto pode levar a cultura a ser mais receptiva a esta abominação que, por sua vez, pode ser um pretexto para indicar que tais pessoas são “vítimas” e pertencem a uma minoria incompreendida que merece proteção legal. O mesmo poderia ser dito, e tem sido argumentado academicamente, para a bestialidade.

A – A APA voltou atrás na decisão? Qual é o tipo de pressão que enfrentou após a publicação desta notícia?

JF – A APA não revisou esses tipos de decisões, ao menos em um sentido moral. Ela enfrentou oposições pelos termos utilizados, mas posteriormente se explicou apontando a diferenciação entre “pedofilia” e “distúrbio pedofílico”.

A – Como citado, a APA tentou traçar uma linha entre a pedofilia e o distúrbio pedofílico. Qual é a diferença entre eles?

JF – Simplificando: o primeiro envolve a atração e, presumivelmente, fantasias, enquanto o segundo envolve ação real de se envolver sexualmente com um menor de idade.

A – Na sua opinião, o que os pais devem fazer para preservar seus filhos dos abusos? Porque não importando como o problema é definido, as crianças ainda serão as principais vítimas.

JF – Os pais devem educar os seus filhos de forma adequada sobre o desenvolvimento humano, incluindo a boa e correta direção da sexualidade humana. Os pais devem ser cautelosos com contextos que criam esses predadores. Além disso, os cristãos devem insistir na igreja adequada e políticas institucionais que permitam a proteção das crianças contra os lobos em pele de cordeiro. Quanto aos agressores, o seu arrependimento (o que ocorre e pode ocorrer) não equivale a confiar as crianças irrestritamente a eles, mesmo em uma configuração cristã  é preciso ter prudência contra ele.


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Por: ANAJURE – International Press Office l Angélica Brito

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