Ativista Yazidi ganha Prêmio Nobel da Paz 2018

Foto: Christian Lutz/AP
Foto: Christian Lutz/AP

 
Os vencedores do Prêmio Nobel da Paz 2018 foram anunciados na manhã desta sexta-feira, 5, pelo Comitê Norueguês. A premiação deste ano foi concedida ao médico congolês, Denis Mukwege e à ativista Yazidi, Nadia Murad. Eles foram escolhidos por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado.
Denis Mukwege, de 63 anos, é médico ginecologista, na República Democrática do Congo, na África, e ajudou milhares de vítimas de violência sexual. Além disso, com o apoio da Unicef e outros doadores, montou um hospital, uma unidade de atendimento móvel e um sistema para oferecer microcrédito para as vítimas reconstruírem suas vidas.
Nadia Murad, de 25 anos, se tornou uma ativista dos direitos humanos da minoria Yazidi após sobreviver a três meses de escravidão sexual nas mãos de integrantes do Estado Islâmico, no Iraque. Após escapar dos terroristas, em 2014, ela liderou uma campanha para impedir o tráfico de seres humanos e libertar o grupo étnico-religioso Yazidi, que é composto por cerca de 400 mil pessoas. Estima-se que cerca de 3 mil mulheres Yazidis foram vítimas de estupro e outros abusos por parte dos extremistas no Iraque.
Este ano, o Comitê Norueguês do Nobel recebeu 331 candidaturas para o prêmio, o segundo maior número na história, atrás apenas de 2016. Das 331 nomeações, 216 eram pessoas e 115 eram grupos ou organizações. A lista não é divulgada pelo comitê. No entanto, esta semana, foi anunciado pela Copitc Orphans, uma organização internacional, que os cristãos coptas, uma minoria religiosa do Egito, havia sido indicada ao prêmio devido à sua postura de não violência frente às violações à liberdade religiosa sofridas nos últimos anos.
Para o Dr. Uziel Santana, presidente da ANAJURE, o resultado do Prêmio Nobel da Paz deste ano serve para chamar ainda mais a atenção da comunidade internacional para temas importantes relacionados à proteção aos direitos humanos. Dentre eles, a necessidade de promoção da liberdade religiosa, a prevenção de todas as formas de genocídio e o combate à violência contra as mulheres.

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