CSW divulga novo relatório sobre a liberdade religiosa na Coreia do Norte

Report. SepUm novo relatório sobre Liberdade religiosa na Coreia do Norte, lançado em 22 de setembro de 2016 pela Christian Solidarity Worldwide (CSW), apresenta evidências de que a liberdade religiosa é um direito humano inexistente no país. O relatório [Veja aqui em inglês] “Total Denial: Violations of Freedom of Religion or Belief in North Korea” detalha a perseguição aos cristãos e a discriminação contra outras religiões e crenças, incluindo budismo e xamanismo.

O documento também explora a detenção de refugiados norte-coreanos na China e a política de repatriação do governo chinês, que tem deportado os refugiados norte-coreanos de volta ao país de origem. O relatório da CSW foi lançado um dia antes do Save North Korean Day (Dia de salvação dos norte-coreanos), 23 de setembro, dedicado à ação global onde pessoas de diversas partes do mundo enviam cartas às embaixadas chinesas solicitando à China uma mudança em suas políticas a fim de permitir a passagem segura de norte-coreanos pelo território chinês.

Em 2014, a Comissão de Inquérito da ONU sobre a Coreia do Norte (leia mais aqui) descobriu que “existe quase que uma completa negação do direito a liberdade de consciência e religião bem como o direito à liberdade de opinião, expressão, informação e associação no país, como também é provável que crimes contra a humanidade tenham sido perpetrados contra o povo norte-coreano”. A Comissão também destacou que o regime da Coreia do Norte “considera a propagação do evangelho como uma severa ameaça” e como resultado, “cristãos são proibidos de praticar sua religião e, por consequência, são perseguidos”. Diversos castigos são aplicados “em pessoas flagradas no exercício de sua fé cristã”.

O novo relatório da CSW relata: “Cristãos geralmente exercem sua fé em secreto. Se descobertos, estão sujeitos à detenção e provavelmente levados a campos de prisioneiros (kwanliso); onde estão sujeitos a execuções extrajudiciais, extermínio, escravidão/trabalho forçado, prisões arbitrárias, torturas, perseguições, desaparecimentos forçados, estupros e violência sexual, dentre outras violações de direitos humanos. Incidentes documentados incluem cristãos sendo crucificados em meio ao fogo, pisoteados e esmagados por rolo compressor”.

Praticantes de outras religiões, a exemplo do budismo, xamanismo e até mesmo o cheondoísmo coreano – o qual mistura elementos do confucionismo, budismo, taoísmo e xamanismo – também enfrentam restrições e discriminação, muito embora sendo brandas. O cristianismo é brutalmente reprimido em razão de ser uma religião estrangeira e seus adeptos são suspeitos de serem espiões.

Em Pyongyang existem quatro igrejas – duas protestantes, uma católica e uma ortodoxa russa – as quais são reconhecidas como instrumentos de entretenimento para os visitantes estrangeiros.  

Dentre algumas recomendações, o relatório chama o governo norte-coreano à implementação de recomendações da Comissão de Inquérito das Nações Unidas e a permitir que consultores independentes da ONU tenham livre acesso ao país. A CSW continua a lutar para que a Coreia do Norte seja levada ao Tribunal Penal Internacional em razão das evidências que comprovam que crimes contrários à humanidade têm sido cometidos no país ou sugere a criação de um tribunal ad-hoc para assegurar a sua responsabilização.

O líder da CSW  no leste asiático, Benedict Rogers, declara: “A Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo; o Estado mais repressivo, onde seu próprio regime comete crimes contra a humanidade. Isso quase representa a total negação da liberdade de pensamento, consciência ou religião. Seguir qualquer outra crença além da total lealdade ao governo da dinastia Kim é se arriscar a sofrer graves punições e, em alguns casos, até mesmo a morte. Nosso relatório tem por finalidade tentar mostrar uma luz no fim do túnel aos que se encontram nesta condição e chamar a comunidade internacional à ação. Nós também clamamos à China para agir de maneira responsável e parar com a política de repatriação forçada cometida em desfavor dos refugiados norte-coreanos, o que é equivalente a pena de morte. Já tarda há muito tempo o início de transformações.”                  

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FONTE: CSW
TRADUÇÃO: Natammy Bonissoni l ANAJURE

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